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quarta-feira, 10 de julho de 2013

O PT da liberdade ao PT do totalitarismo.

O PT - Partido dos Trabalhadores – surgiu em fevereiro de 1980 no colégio carioca de Sion. Apresentava-se como um machado da luta social contra a atual conjuntura de ditadura militar que proibia a liberdade de expressão, a livre manifestação ideológica-social e excluía a democracia da vida de cidadãos sonhadores da justiça social. Assim, surgia o partido sob uma ótica de transformação da realidade, prefiro fazer das palavras de Apolônio de Carvalho as minhas, “Então eu cheguei lá, fui com o Sister a São Bernardo (Sérgio Sister era um pintor muito querido em SP), à sede do sindicato, e conheci o Lula, aberto, simples, tranqüilo e já me senti envolto pela confiança irradiante desses dirigentes sindicais, que não conheciam absolutamente nada das teorias políticas, das filosofias, mas estavam decididos a reunir forças sempre maiores para a derrota da ditadura militar ...” (2008 Memórias de um Militante do PT).
Na atualidade, os executivos do PT demonstram continuar a não saber absolutamente nada das teorias políticas, filosóficas. Além de terem perdido a reunião de forças para derrota da nova ditadura representada em uma nova roupagem “A Democracia”. Sim, exatamente a democracia que existi apenas no Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, cujo político é o mais caro do Planeta. A democracia que concede cobertura de Saúde excepcional, capaz de pagar qualquer procedimento cirúrgico para si e seus familiares até cirurgia plástica de beleza é possível, enquanto milhões de brasileiros sofrem no SUS esperando uma consulta especializada que ocorre de copa a copa do mundo. Bem, quem ainda não se sentiu convencido da nova ordem “Totalitária Democrática” faça uma reflexão sobre a permissão do uso de aeronave da FAB – Força Aérea Brasileira – ou, o uso a revelia de aeronaves de propriedade do estado para privilégios de caráter familiar, tal como Sérgio Cabral e um ex-governado do Pará que usou o transporte aéreo para visitar o filho em MG, alguém do PT lembra-se disso....? Caramba! Isso eu não podia falar, né ?                        
Antes que alguém venha buscar guarita em uma argumentação evasiva de que o partido é uma coisa e o governo é outra, ou ainda, que isso tem que se dito ao PMDB e não a Executiva do PT. Quero dizer, ou melhor, lembrá-los que nos sonhamos (enquanto PT) com a transformação social, com capacitação da população, com a erradicação da fome. Logo somos nós petistas de carteirinha os principais culpados pelas estripulias da máquina pública dos nossos aliados. Prefiro defender está teoria, do que, defender a teoria de consentimento de privilégios que sagram o dinheiro público dos altíssimos impostos pagos por pessoas ignorantes como eu, que passara décadas vendendo sombrinhas e comida na ruas para atingir uma formação superior. Formação essa capaz de abrir meus olhos a manipulação partidária a qual vivia!!!!
Neste sentido, trago as concepções de Formação Discursiva para este debate no intuito de evidenciar o alinhamento discursivo do PT ao discurso de Governo. Comprovando que os arranjos discursivos dos executivos petistas de enfrentaram a ditadura militar agora querem programar o regime “Totalitário Democrático DO PT” no Brasil.
Segundo Baronas (2005), o conceito de Formação Discursiva pode ter-se desenvolvido a partir do paradigma marxista ‘formação social, formação ideológica’. Tal conceito foi tratado inicialmente por Pêcheux em 1968 e depois por Foucault em 1969. Conforme apresenta o autor, em Foucault a F.D é concebida como um conjunto de enunciados que não estão restritos a objetos linguísticos, mas estão envoltos pela forma de uma ideologia, ciência, teoria, etc. Foucault (1969 apud BRANDÃO, 1997) situa a F.D como posição estratégica na articulação entre língua e discurso. Baronas discute ainda o conceito de F.D em Pêcheux que, alicerçada no marxismo/althusserianismo, trata daquilo que pode e deve ser dito como base em um espaço social específico, reafirmando que cada indivíduo possui um papel social na sociedade.
Diante de tal conceito encontramos o alicerce na fala do Ministro da Saúde, militante do PT, em dizer aquilo que deve ser dito na mídia, aqui espaço social específico, que “O Brasil precisa importar médicos de Portugal e Espanha para trabalharem no interior do Brasil”. Ora considerando o seu papel social enquanto indivíduo representante do Estado está correto, mas considerando o seu papel de executivo do PT o Ministro jamais poderia falar isso. Já que o seu espaço social específico passaria ser o mesmo da carta apresentada no colégio de Sion no Rio de Janeiro que detém como programa a garantia de saúde pública de qualidade e acessível a todos os trabalhadores. Não iria permitir tentar instalar um regime ditatório aos alunos de medicina com a obrigatoriedade de trabalho ao SUS por 2 anos. Como assim? Antes o PT lutava a favor da liberdade hoje luta pela aprovação da Lei de obrigatoriedade de trabalho ao SUS. Qual a diferença de regime de escravidão? Alguém sabe?           
Analisando a utilização do termo Formação discursiva, Maingueneau (2000) explica que esse termo foi introduzido por Foucault para designar conjunto de enunciados relacionados a um mesmo sistema de regras, historicamente determinadas. Dessa forma, Foucault procurava contornar as unidades tradicionais “teoria”, “ideologia”, “ciência”. Mas foi com Pêcheux que essa noção entrou na Análise do Discurso: para ele, toda formação social passível de se caracterizar  por uma relação entre classes sociais implica a existência de posições políticas e ideológicas, que não são o feito dos indivíduos, mas que se organizam em formações que mantêm entre si relações de antagonismo, de aliança ou de dominação, que são Formações Ideológicas, as quais incluem uma ou várias Formações Discursivas interligadas, que determinam o que pode e deve ser dito, a partir de uma posição dada, numa conjuntura dada. Ainda, em conformidade com esta categoria de análise, considera-se que para uma sociedade, uma posição e um momento definidos apenas uma parte do dizível é acessível, que esse dizível forma sistema e delimita uma identidade. Identidade a qual o PT vem demonstrado negar a cada dia e a cada atitude de gabinete: 1º - Com a reforma Constituinte; 2º - Depois coma proposta de Plebiscito; 3º - Agora de mãos dada com a OAB outra proposta de reforma política “Eleições Limpas”.
Desse modo, uma FD encontra-se alinhada a uma Formação Ideológica, será que o PT ainda sabe o que é isso: Ideologia?


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